terça-feira, 29 de junho de 2010

ALEMANHA 2010

A Alemanha do técnico Joachim Loew chega as quartas de final da Copa do Mundo usando o sistema 4-2-3-1;


O selecionado Alemão diferente das copas anteriores, passa por uma renovação, sendo a segunda mais nova em média de idade possuindo valores interessantes, e quebrando o paradigma de jogo ´´duro´´ , ´´robotizado´´, para mostrar até o momento um futebol mais bonito de se ver, com a famosa objetividade conquistada com passes e boas movimentações.
Na defesa Boateng dificilmente sobe ao ataque, dando liberdade pra Lahm e para os volantes avançarem, o que acontece alternadamente. Quando o adversário chega ao seu campo a preferência é cercar e aguardar o erro(figura abaixo), normalmente usando duas linhas de quatro com a volta dos meias das pontas, com Ozil ficando no meio já preparado para receber um bola e sair ao ataque. Dentro do cercar, algumas vezes os espaços aparecem, e a equipe com atletas de movimentação na frente, como Argentina e Brasil por exemplos podem dar trabalho.
Porem o problema maior não está na forma de se posicionar, e sim quando um dos meias deixam de retomar o posicionamento, não formando a linha de quatro, principalmente do lado esquerdo da defesa, onde Podolski invariavelmente têm dificuldade em fazer essa função, sobrecarregando aquele lado.



A parte ofensiva é onde eu vejo como o maior mérito do técnico Loew, conseguiu agregar atletas inteligentes e de velocidade no meio de campo, da liberdade total para os seus volantes chegarem ao ataque, cair para os lados do campo e até entrar na área, com Schweisteiger sendo o motor da seleção, participando sempre bem defensivamente e o principal para a transição meio-ataque ocorrer com qualidade. Outro que busca muito avançar é Lanh, fazendo com que a Alemanha tenha pelo menos seis jogadores no campo ofensivo(Figura a seguir).


Alem da chegada destes atletas para auxiliar, o fundamental até o presente momento é como os meias se movimentam e se aproximam entre eles, procurando trocar passes rápidos e objetivos como no segundo gol contra a Inglaterra, onde a bola sai de uma triangulação feita na direita, e chega na esquerda para Podolski finalizar, uma aula de posicionamento e esquema tático em um só lance.
A Alemanha se mostra forte, e a considero uma candidata real ao título. A hora da verdade está chegando, teremos grandes jogos na seqüência da Copa.

sábado, 26 de junho de 2010

ESPANHA 2010

 Espanha do técnico Vicent Del Bosque passou por mudanças na primeira fase, tendo usado o sistema 4-2-3-1 contra a Suíça; O 4-3-3 contra Honduras e o qual acredito que será usado no avançar da competição o 4-4-2 da partida frente ao Chile.




A atual campeã européia possui jogadores de uma geração na qual faz do passe a sua melhor arma, entre estes, os exímios Xavi, Iniesta, Alonso e Fabregas. No ataque possui uma dupla de excelente qualidade, e uma defesa com jogadores consistentes na suas posições.

Na defesa, dentro já do plano de jogo do 4-4-2, duas linhas de quatro são feitas, sendo que quando Xavi avança, Villa volta pela esquerda para manter as linhas. Importante notar como se colocam seus volantes e meias buscando fazer pressão na zona da bola em uma pressão média(Figura abaixo), sendo que está é feita por três, até quatro atletas.


A bola sendo invariavelmente recuperada praticamente no campo de ataque, a equipe consegue boas jogadas ofensivas por conseguir uma transição Defesa-Ataque eficiente(Figura a seguir), com movimentação rápida dos seus meias para conduzir e dar opções de passe, alem dos atacantes prontos para receber a bola em uma ligação direta para uma das laterais do campo(principalmente Villa pelo lado esquerdo).


Quando a equipe tenta esperar o adversário, mais principalmente quando a pressão média falha e o adversário consegue uma saída rápida com a bola, pode-se notar um espaço existente entre as linhas defensivas, quase sempre com o atacante ou meias livres para receber a bola criando sérios problemas para a defesa(Figura abaixo).

Ofensivamente, Capedevilla e S.Ramos têm liberdadepara avançar, os volantes alternam no avanço, e Xavi e Iniesta são os homems de movimentação intensa, sendo Xavi usado como o principal organizador da ofensiva da equipe, muitas vezes fazendo um homem a frente da linha de meio, ficando um 4-3-1-2.

A Espanha usa muito bem o seu paradigma do futebol de passes e movimentação. Bonito de se ver, e eficiente quando se sabe controlar o jogo; Porém está existindo uma dificuldade em encontrar a maneira ideal de jogo, devido a pressões externas, e principalmente pela demora para encontrar os melhores onzes inicias, deixando as atuações até o momento abaixo do esperado.

Acredito que o jogo contra Portugal seja um jogo chave, pois se mostrar um futebol próximo de dois anos atrás, conseguindo envolver o adversário, trocar passes rápidos sempre em objetividade, a Espanha passa e vem com muita força para os jogos seguintes.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

HOLANDA 2010

 2010
A Holanda do técnico Van Marwijk acabou sendo a primeira colocada no seu grupo na Copa com 100% de aproveitamento usando o 4-2-3-1.


A seleção Holandesa fez uma campanha excelente, sem derrotas nas eliminatórias, e chegando já com um grupo entrosado para a Copa do Mundo. Possui bons valores na defesa, volantes e meias de boa qualidade, tendo Vam Bommel e Sneijder como referencias, alem é claro de Robben(para jogar no lugar de Kuyt ou Van de Vaart) que vem voltando de contusão e Van Persie para o ataque, ambos dispensam comentários.
Defensivamente a Holanda busca executar uma pressão média com os seus três meias sendo buscando fechar a zona da bola, acrescentado o fato de estarem bem treinados para efetuar a transição defesa-ataque rapidamente, como na figura abaixo(Holanda x Japão),, onde Kuyt roubou a bola e já lançou Van Persie, tendo os três meias rapidamente se deslocando para fazer as linhas de passe.


Quando a bola passa por essa primeira linha de marcação, é onde muitas vezes um desconforto defensivo aconteceu nas partidas, pois sobrecarrega volantes e defensores como na proxima figura(Holanda x Japão), onde se têm Sneijder e Van der Vaart a frente da alinha da bola tentando voltar.


Quando os meias conseguem uma volta rápida, ou principalmente a equipe se posta em pressão baixa, a equipe se fecha em duas linhas de quatro trazendo uma maior segurança(Holanda x Camarões).
                                     
Ofensivamente, o que considero interessante é que dentro deste sistema, na qual muitos vêm usando neste Mundial, Van Bommel se torna essencial para uma esquema diferente e eficiente. De Jong é o homem da contenção, e Bommel possui liberdade total para chegar junto dos meias ou cair para os lados do campo, formando muita das vezes uma linha de quatro ofensiva, dando sempre boas opções de triangulações e dificultando o trabalho defensivo adversário(figura abaixo – Holanda x Dinamarca). Isso não vêm acontecendo em outras equipes, que preferem deixar os seus dois volantes presos ao campo defensivo, dando responsabilidade exclusivamente aos 3 meias e o atacante. Seleção Brasileira é um exemplo, porem temos dois laterais que avançam bastante(principalmente Maicon) de excelentes qualidade diferente da maioria das outras seleções que alem dos volantes, os laterais também pouco avançam.


Outro diferencial é aproximação dos jogadores, sempre buscando criar as linhas de passes, fazer passagem pelas laterais, mostrando um repertório ofensivo que se não é excelente, é possuidor de boas condições, principalmente para uma competição, na qual repito, a Seleção que tiver com sua transição ofensiva funcionando com alguma competência, conseguirá alcançar patamares mais altos.


A Seleção da Holanda não dá espetáculo mais consegue ser eficiente tanto defensiva, como ofensivamente, isso já é o bastante para um campanha muito boa, agora temos de aguardar.

domingo, 20 de junho de 2010

ITÁLIA 2010

A Itália após duas rodadas, e dois empates na Copa, vêm atuando no comando de Marcelo Lippi no 4-4-2 com duas linhas de quatro.


A atual campeã mundial possui atletas experientes no seu grupo, uma defesa de respeitados defensores, porem já pode se notar a falta de alguém criativo para seu meio campo, e um homem de frente de maior qualidade, acrescentado do problema de Buffon com um Hérnia dificilmente continuará atuando.

No posicionamento defensivo, se posta com as duas linhas de quatro à frente da área, quase muitas vezes em uma pressão baixa aguardando o adversário. Na transição ataque-defesa, ao perder a bola perto da área adversária os atacantes tentam dar um combate imediato, porem não existe uma pressão adequada a bola da equipe, sobrando espaços entre as linhas defensivas ocasionando na maioria das vezes pouco sucesso nessa situação. (Figura abaixo)

Com a posse de bola Criscito avança pouco, enquanto Zambrotta possui total liberdade, já os volantes permanecem muito presos, o que deixa a transição ofensiva bastante comprometida. Uma outra complicação, é a bola aérea adversária, tendo sofrido os dois gols em cruzamento de bola parada alçadas na área.


O sistema ofensivo está bastante aquém do que esperamos para uma seleção, que mesmo tendo ´´filosofia´´ defensiva, é a atual campeã e uma das grandes do nosso futebol. Uma msotra clara disso é que Lippi trocou três vezes o posicionamento dos seus jogadores de meio no jogo de hoje, sem obter sucesso. Como já dito anteriormente os volantes pouco dão opção no ataque, sendo que Montolivo nas poucas vezes que saiu mais para o jogo conseguiu criar algumas boas situações, já em relação aos ´´pontas´´ Lippi tenta fazer com que um se movimente mais e fique a frente dos três para armar o jogo, porem quando isso acontece a bola não vai para o jogador. A melhor opção nestes jogos acabou sendo Zambrotta, que fica muito visado, pois as jogadas acabam saindo invariavelmente pelo seu setor.

Resultado... Um problema grande entre a compactação do meio e ataque prejudicando está transição, fazendo com que a ligação direta defesa-ataque seja constante no jogo Italiano, o que é bastante complicado porque os atacantes não conseguem manter a bola na frente, resultando uma não existência de repertórios ofensivos até o momento neste Mundial.
Abaixo um exemplo de tentativa de transição, Montolivo pega a bola e ninguém aproxima para jogar. Na seqüência uma imagem de um melhor posicionamento, pouco efetuado no jogo hoje.
 

A Itália se não conseguir uma melhora no seu setor ofensivo, dificilmente conseguirá um grande resultado nesta Copa, na qual se pode observar que os sistemas defensivos praticamente todos fazem bem, o diferencial virá na ofensiva.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

FRANÇA 2010

Entrando nas equipes do Mundial, a seleção Francesa da estréia contra o Uruguai:
A França do técnico Raymond Domenech entrou na Copa do Mundo com o sistema 4-2-3-1



A equipe francesa possui jogadores experientes, que é o fator de esperança de um bom desempenho da equipe, apesar dos últimos resultados(eliminatórias e amistosos) um pouco abaixo das expectativas.

No sistema defensivo, Toullalan é o homem que protege a defesa, deixando Diaby com a responsabilidade de sair com a bola e iniciar a ofensiva. A equipe Francesa está bem compacta nas marcações por zona, com uma pressão média, recuperou muitas bolas contra o Uruguai na linha de meio campo (figura abaixo);
Quando a bola sai desta zona, recuam dois meias e fecham com as duas linhas de quatro. Porem a maior dificuldade em relação a parte defensiva ocorreu devido a falhas transição meio-ataque, com muitos erros de passes, deixando vulneráveis principalmente os espaços nas costas dos laterais.


Ofensivamente Ribery usa bastante a beirada do campo, Diaby saindo pro jogo, enquanto Govou entra bastante em diagonal sendo Sagna o homem que usa quase sozinho a beirada pela direita, enquanto Gourcoff tenta se aproximar de Anelka, resultando em uma equipe até previsível muitas das vezes.

A seleção Francesa se mostrou com alguns problemas, tendo que depender muito da recuperação rápida de bola(boa pressão média feita) ou da individualidade; Transição meio-ataque com problemas com os erros de passes devido a volantes e laterais em boa parte do jogo estarem muito longe dos meias.

Na segunda etapa, Domenech fez alterações, colocou Henry na frente no lugar de Anelka e Malouda no de Gourcoff, o que deu alternativas nas duas beiradas do campo, acrescentado da maior liberdade de Sagna e Diaby para avançar, aproximando as linhas e diminuindo os erros de passe, sendo em minha opinião como ele deve manter a equipe para os próximos jogos.
 

A França irá precisar melhorar seu jogo no decorrer da Copa, e tomar cuidado para não ser surpreendida ainda dentro da fase de grupos.